meistudies, 5º Congresso Internacional Media Ecology and Image Studies - A virtualização do novo ecossistema midiático

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Até que ponto os professores devem ser permeáveis ou precisam estabelecer fronteiras diante das tecnologias?
Jaqueline Costa Castilho Moreira

Última alteração: 2022-10-20

Resumo Expandido (Entre 450 e 700 palavras)


No Brasil, as discussões teóricas sobre o conhecimento disciplinar e a interdisciplinaridade se iniciaram na transição 1960-70. Deste período à contemporaneidade, sua articulação com as práticas pedagógicas inclusivas continua complexa. Além da estrutura fragmentada do ensino; cada saber disciplinar e a combinação das habilidades e competências das pessoas por trás destes exigem entendimentos em vários âmbitos da dimensão “humana” (filosóficos, políticos, ideológicos e comunicacionais); que vão além da simples aproximação de conhecimentos. Assim, a interdisciplinaridade é mais do que um chamamento para que os sujeitos do meio educacional mobilizem as especificidades de seus conhecimentos. Ela expõe valores ao incitar o diálogo; instiga a articulação de ideias e o compartilhamento da diversidade de pensamentos, o exercício da argumentação, do trabalho em conjunto e da possibilidade de se ultrapassar teorias fragmentadas para situações reais de vida. Tendo como objetivo investigar conceitos, recursos (pedagógicos e tecnológicos) e práticas permeáveis existentes nas fronteiras dos conhecimentos disciplinares, esse estudo é voltado à formação docente; considerando que as exigências tecnológicas do período pandêmico no ensino evidenciaram a incorporação da interdisciplinaridade, mesmo que despercebida. Com abordagem qualitativa, o estudo parte de pressupostos teóricos advindos da literatura e de reflexões a respeito da equalização de formação docente anterior às exigências da era da informação e da comunicação. Na busca dessa premência foram desencadeados questionamentos sobre até que ponto os professores devem ser permeáveis ou precisam estabelecer fronteiras, quanto à: sua postura diante da volumosa quantidade de informações ou estímulos nas mídias; em relação à como transitar entre os papéis de professor postulante e professor mediador que favorece a transformação de informações ainda sem sentido (um conhecimento potencial), como resposta ao que se procura; referente às demandas discentes tais como, o compartilhamento em rede e a checagem de conhecimento possibilitado pela internet nas mãos dos alunos em aula; diante das legislações em vigor no Brasil que conectam as regulamentações da educação formal e o “fazer” docente aos direitos autorais, de privacidade, de propriedade intelectual; enfim, inquirições e decisões a tomar no âmbito do ensino, com desdobramentos. E especificamente, no que diz respeito à sua expertise em lidar com a interdisciplinaridade, acrescenta-se a esse circuito a imposição de outros requisitos acadêmicos a esse professor, por exemplo quanto ao domínio de conceitos e conhecimentos diversificados de outras áreas, e que anteriormente à facilitação de acesso a internet não estavam(estão) vinculados à sua formação, realizada em um campo específico de conhecimento. Se por um lado, essa situação expõem a interdisciplinaridade na prática e como ainda ela continua complexa dentro de uma estrutura formal de ensino com contradições, territórios e fragmentações; por outro, esse novo direcionamento assevera a necessidade de maior “comunhão” de todos os envolvidos com as práticas escolares, que acontecem nas disciplinas dentro das instituições educacionais. Esse pode ser um momento relevante por oportunizar compartilhamento e aprofundamento em conhecimentos específicos, oferecendo possibilidades tanto para os estudantes, como para os próprios professores propositores, de refletirem sobre essas ações conjuntas, de forma sistêmica e contextual. Embora ensinar na contemporaneidade seja algo desafiador, o contato com a variabilidade de práticas e diferentes tarefas dentro de contextos interdisciplinares, tecnológicos e comunicacionais que as propiciem, possibilita que aqueles que estejam expostos a essas atividades aparentemente aleatórias (sejam alunos e/ou professores), vivenciem variados estímulos. E mesmo que a curto prazo, a disponibilização dessa ações seja interpretada apenas como diversão, ou mesmo ainda, seja apontada como lentidão na efetivação do currículo formal, a posteriore quando o entendimento dos envolvidos passar pelo processo de assimilação ou mesmo amadurecer, conexões diferenciadas do conhecimento criativo poderão ocorrer.

NÃO PARTICIPEI DO CONGRESSO COMERTEC

Palavras-chave


Interdisciplinaridade; Comunicação; Mediação.

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