Última alteração: 2022-10-24
Resumo Expandido (Entre 450 e 700 palavras)
Open Design e a virtualização no campo dos games
Resumo
Nas concepções sobre o que é o virtual, Gilles Deleuze analisou a aproximação do tema com o que é real e com o que faz parte de uma grande multiplicidade. Trazendo o conceito da Filosofia, foi possível fazer uma conexão direta com o tema desse artigo. Deleuze (1996) sintetizou que essa relação do real com o virtual constitui um circuito em que um remete ao outro constantemente e onde “o plano de imanência contém a um só tempo a atualização como relação do virtual com outros termos, e mesmo o atual como termo com o qual o virtual se intercambia” (Deleuze, 1996). Um depende do outro à medida que um também influencia o outro. Quando se isola o virtual em suas proposições pode-se aproximá-lo das virtualizações no âmbito dos games.
Palavras-chave: Game Design; Virtualizações; Open Design; Maker.
Discussões
Para trabalhar o contexto dos games nessas perspectivas de virtualizações, é necessário aproximar de áreas de estudo com projeção transdisciplinar, como é o caso do campo do Open Design, escolhido como suporte à temática citada no resumo.
O Open Design está diretamente ligado à ideia do ‘Open to all’, expressão utilizada exclusivamente para caracterizar a ‘abertura’ de qualquer área para se conectar a qualquer outra, e ao conceito de open Source, expressão que significa “código aberto”. Dessa forma, o conceito deste campo analisado pode ser facilmente adaptado às demais áreas criativas para representar a promoção do desenvolvimento de projetos colaborativos, facilitados pelas tecnologias da comunicação e pela internet. Na análise da Arquiteta e pesquisadora maker Heloísa Neves, o termo surge na contemporaneidade quando se aproximam os conceitos de “Design” e “Open Source” e representa uma tentativa de “fazer do processo de Design um processo mais colaborativo, inteligente e aberto, de forma que o conhecimento seja disseminado de forma igualitária (inclusive chegando até o usuário), com a finalidade de se construir um processo mais complexo” Neves & Rossi, 2011).
Retomando o universo dos games (ou, no português, jogos) virtuais, deve-se analisar os primórdios dos jogos, onde encontra-se a ludicidade como uma base para o desenvolvimento do próprio termo. De um lado, falava-se do “homem que fabrica” – o “homem que faz”, o Homo Faber e, portanto, o Maker citado anteriormente – por outro, iniciava-se as abordagens sobre o “homem lúdico” (Homo Ludens) que tem tanta importância quanto a fabricação de objetos e o simples raciocínio (Huizinga, 2000).
Conectando o que Huizinga conceituou com a análise do que é atual, pontuada por Deleuze, observa-se uma abordagem possível no contexto das virtualizações contemporâneas ao conectar o objeto analisado com as proposições de Pierre Lévy (1996), que analisou o virtual como o movimento que afeta a informação, a comunicação, a economia e a sensibilidade dos corpos.
Dito isso, o artigo pretende navegar entre esses campos teóricos para exemplificar a virtualização no campo dos games nos últimos anos, dando destaque para o desenvolvimento de jogos virtuais em diferentes contextos e temáticas, considerando os princípios fundamentais do universo lúdico.
Referências Bibliográficas
Deleuze, G. (1996) O atual e o virtual. In: Éric Alliez. Deleuze Filosofia Virtual. (p.47-57) São Paulo.
Huizinga. (2000) Homo Ludens. São Paulo: Editora Perspectiva.
Lévy, P. (2003) O que é o virtual? São Paulo: Editora 34, 1996.
Neves, H.; Rossi, D. (2011) Open Design – Uma Experiência Aberta e Colaborativa Para o Ensino de Design. In: Placido, J. C. Ensaios em Design: Ensino e Produção de Conhecimento. (pp. 60-82) Bauru: Canal 6.