meistudies, 5º Congresso Internacional Media Ecology and Image Studies - A virtualização do novo ecossistema midiático

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As Fake News e os Governos Abertos: uma análise de suas relações com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentáveis (ODSs) frente ao cenário pós pandemia da Covid-19
Edgard Luiz Bernardes Valderramas, Pollyana Ferrari Teixeira

Última alteração: 2022-10-24

Resumo Expandido (Entre 450 e 700 palavras)


O presente artigo visa discutir a evolução da aplicabilidade das tecnologias da informação junto aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentáveis (ODSs) da Organização das Nações Unidas (ONU), refletindo inovações de recursos e possibilidades tecnológicas, com o objetivo premente de garantir uma análise mais adequada das informações geradas pelos governos em seus portais de transparência, por meio de seus inúmeros conjuntos de dados (datasets).

As agendas internacionais, do governo aberto e do desenvolvimento sustentável, foram aderidas por diferentes países de distintas regiões. Um passo importante para a articulação dessas temáticas foi a Declaração Conjunta de Governo Aberto para a Implementação da Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável assinada em 27 de setembro de 2015. Dessa forma, os países firmaram mais um compromisso frente às agendas internacionais: utilizar os esforços em impulsionar as políticas de transparência e governo aberto como ferramentas essenciais para a implementação dos objetivos previstos para a agenda 2030, visando o desenvolvimento sustentável (Burle et al, 2017).

A partir da metodologia da análise de dados e conteúdo, para reconhecimento de padrões dessas informações, acredita-se que a Educação Midiática é o mais potente caminho para erradicar as fakes news e a universidade tem papel fundamental na formação de cidadãos para que se tornem agentes de transformação, que sejam reflexivos e que saibam filtrar o que é verdadeiro, relevante e ético.

De acordo com Pereira Neto apud Pereira Neto et al (2022) advertem que os casos de desinformação nos meios de comunicação não são novos. Pelo contrário, eles estão presentes desde os primeiros sistemas de escrita, sendo motivados principalmente por razões financeiras ou ideológicas, especialmente depois que ocorreu uma concentração dos meios de comunicação em poucas e grandes empresas. No entanto, as TIC facilitaram a criação e a disseminação de informações imprecisas e enganosas, o que poderia, em parte, explicar a dimensão que o fenômeno da desinformação tomou nos últimos anos.

LAMELA, David Garcia (2022) nos oferece por meio da poesia um aprendizado lúdico, baseado em Paulo Freire, no livro “Ler o mundo”. O que podemos adaptar e usar no letramento midiático, pois

“se potencializa um aprendizado baseado no pensamento. Uma metodologia inovadora, sinônimo de melhora, que supera a aprendizagem memorialística e impulsiona a compreensão, a partir da contextualização e das relações, assim como em análise e em argumentação. Com a finalidade de ensinar a pessoa a sentir”.

Para a psicanalista brasileira, Viviane Mosé, especialista em políticas públicas, “os jovens e as crianças, afastadas das questões humanas e sociais, das questões políticas, vão sendo treinados a ver o mundo apenas a partir de si mesmos, de sua condição, que pode ser de ´vencedor´ ou de ´perdedor´, de arrogância ou de revolta. Mas raramente são estimulados a ler o mundo, a pensar essa sociedade, com sua complexidade, com os seus jogos e suas contradições, e quase nunca são convidados a ser atores nessa sociedade”. HAN (2022:10) vai concordar com Mosé quando diz que “acumulam-se informações e dados, sem se chegar a um saber. Cobiçam-se vivências e estímulos, nos quais, porém, se permanece sempre igual a si mesmo. Acumulam-se Friends e Followers, sem nunca se encontrar com o outro. Mídias sociais representam um estágio de atrofia do social”.

Esses dois elementos de análise desse arsenal de informações governamentais e da mídia, interseccionado com o cenário pós pandemia do Covid-19 são elementos cruciais para realizar novas e importantes descobertas nesse campo.

 

Referências

Burle, C., Belix, L., & Machado, J. Como a Parceria para Governo Aberto pode contribuir com a Agenda 2030para o Desenvolvimento Sustentável na América Latina. (2017).https://acervo.ceweb.br/acervos/conteudo/0b337266-d1dd-415b-b24d-90c8c04edb21

Han, B. C. (2022). A expulsão do outro: sociedade, percepção e comunicação hoje.Vozes.

Lamela, D. G. Andando, recitando, vivendo. Uma propuesta didáctica “poemas para ler tuciudad” (2022). https://revistas.uca.es/index.php/gaditana/article/view/9166/9340

Pereira Neto, A., Ferreira, E. de C., Domingos, R. L. A. M. T., Barbosa, L., Vilharba, B. L. de A., Dorneles, F. de S., ... Graeff, S. V.-B. (2022). Avaliação da qualidade da informação de sites sobre Covid-19: uma alternativa de combate às fake news. Saúde debate, 46(132), 30-46. doi:10.1590/0103-1104202213202

 


Palavras-chave


Fake News. Dados Abertos. Governos Abertos. Objetivos de Desenvolvimento Sustentáveis. Pandemia. Covid-19

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