meistudies, 5º Congresso Internacional Media Ecology and Image Studies - A virtualização do novo ecossistema midiático

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A televisão pública no Rio Grande do Norte: A reconfiguração de práticas sociais na TVU e TV Assembleia durante a Pandemia.
Francisco das Chagas Sales Júnior, Valquíria Aparecida Passos Kneipp

Última alteração: 2022-10-24

Resumo Expandido (Entre 450 e 700 palavras)


As produções televisivas no Rio Grande do Norte tiveram início em 1972, com tele aulas transmitidas para escolas públicas (Pedroza, 2017). Por 22 anos, a TVU foi a única emissora local. Outro exemplo de pioneirismo é a TV Assembleia RN, primeiro canal legislativo nordestino, inaugurado em 2003 (TV Assembleia RN, 2022). A TV é responsável pela divulgação das atividades do legislativo potiguar.

O Rio Grande do Norte tem 12 emissoras transmitidas em sinal aberto (Sales Júnior, 2020). Com a Pandemia da Covid-19, essas emissoras tiveram que reconfigurar práticas sociais e investir no uso de tecnologias digitais. Diante disso, surge o questionamento: Como se deu essa reconfiguração nas TVs públicas potiguares, com recursos humanos e financeiros limitados?

MetodologiaFoi realizado um Estudo de Caso (Yin, 2015) da TVU e da TV Assembleia, para identificar e analisar a reconfiguração de práticas sociais em 2020 e 2021, primeiros anos da Pandemia, além de análise bibliográfica e documental. Também foram consultados sites, canais no Youtube e portais de notícias. A observação participante também compôs o instrumental metodológico, visto que um dos autores desenvolve função jornalística em uma das emissoras analisadas.Resultados e discussãoPor causa da necessidade de distanciamento social, como medida sanitária durante a Pandemia, reportagens e programas tiveram que ser gravados remotamente. Com isso, celulares, computadores e aplicativos passaram a ser usados com mais frequência (BARICHELLO; SCHUWARTZ, 2020). Os ambientes domésticos também se tornaram os cenários para gravações.Na TV Universitária do Rio Grande do Norte, as atividades foram suspensas e os programas ao vivo suspensos. Pouco depois, as produções voltaram a ser realizadas, mas de forma remota. O noticiário TVU Notícias passou a ter como cenário a sala da apresentadora e as notícias gravadas pelos repórteres com o celular. Os boletins também passaram a ser feitos nesse formato.Na TV Assembleia, os programas também foram suspensos. Pouco depois, as produções foram retomadas de forma remota, mas os telejornais deram lugar a um boletim, com vídeos gravados pelos jornalistas em casa. Meses depois, as transmissões das atividades legislativas foram retomadas, com parte dos deputados remotamente e outra presencialmente no plenário.As duas emissoras selecionadas fazem parte de uma estrutura estabelecida no Brasil, onde a Comunicação Pública é formada, entre outras, pelas Emissoras Públicas de Televisão, que se dividem entre Educativas, Universitárias e Legislativas. Ao refletir sobre a Comunicação Pública e as suas múltiplas possibilidades e abrangência, “é possível encontrar um ponto em comum de entendimento, que aquele que diz a um processo comunicativo que se instaura entre o estado, o governo e a sociedade, com o objetivo de informar para a construção da cidadania” (Brandão, 2007, p.6). Desta forma, durante a pandemia, as emissoras analisadas reconfiguraram as suas práticas sociais para atender ao seu objetivo fundamental de comunicação pública para a sociedade.Considerações parciaisAo analisar as emissoras públicas de TV no Rio Grande do Norte foi possível verificar que as tecnologias digitais, como celulares e aplicativos, se apresentam como uma alternativa para ampliar e diversificar as produções realizadas por esses canais. Durante a Pandemia, o uso dessas ferramentas foi feito de forma emergencial, mas se mostraram eficientes para contornar as dificuldades impostas pela necessidade de distanciamento social, além do quadro de pessoal reduzido e recursos financeiros limitados. Por fim, as novas práticas sociais experimentadas se mostraram sustentáveis de serem mantidas após o período pandêmico.Referências:Barichello, Eugenia M. da R; Schuwartz, Clarissa. (2020). Entre adaptações e mudanças: Estratégias de legitimação do ambiente telejornalístico brasileiro na cobertura da pandemia do coronavírus. In: Emerim, Cárlida; Coutinho, Iluska. A (re)invenção do Telejornalismo em tempos de pandemia. – 1. ed. – Florianópolis, SC: Editora Insular.Brandão, Elisabeth Pazito. Conceito de Comunicação Pública. Recuperado de https://fasam.edu.br/wp-content/uploads/2020/07/Historia-da-Comunica%C3%A7%C3%A3o-P%C3%BAblica.pdfPedroza, Ciro J. P. (2017). Ver + Aprender + Fazer / Canal 5: Anotações para uma história da primeira televisão do Rio Grande do Norte. In: KNEIPP, Valquíria Aparecida Passos (org.). Trajetória da televisão no Rio Grande do Norte: a fase analógica. Rio Grande do Norte: Edufrn.Sales Junior, Francisco das C. (2020). A televisão aberta no Rio Grande do Norte: uma análise do perfil editorial da produção local. [Dissertação de Mestrado em Estudos da Mídia, Universidade Federal do Rio Grande do Norte]. https://repositorio.ufrn.br/handle/123456789/28727TV Assembleia RN. (2022). História da TV. Recuperado de http://www.al.rn.gov.br/tvsYin, Robert K. (2015). Estudo de caso: planejamento e métodos. (5Ed.). Porto Alegre: Bookman.

Palavras-chave


Televisão; Pandemia; RN; Ecologia das mídias; Práticas sociais.

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