meistudies, 2º Congresso Internacional Media Ecology and Image Studies - O protagonismo da narrativa imagética

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IMAGEM E FALSAS MEMÓRIAS: (RE)PENSANDO O DOCUMENTÁRIO
Ceila Teresinha Bitencourt de Bittencourt

Última alteração: 2019-09-17

Resumo Expandido (Entre 450 e 700 palavras)


O texto aborda uma pesquisa que envolve a relação do espectador com a imagem e, a partir de tais reflexões, propõe pensar também a relação do espectador com o cinema documentário. Para as questões ligadas à memória, busca-se trazer o assunto das falsas memórias e suas implicações com a imagem e com o cinema documentário. A investigação divide-se em três eixos: (1) cinema documentário e memória; (2) imagem; (3) falsas memórias. Tais escolhas vêm contextualizar e fundamentar o objeto de estudo, inserindo-o em discussões a respeito do lugar do cinema documentário na contemporaneidade em suas interfaces com as artes visuais. Em relação ao cinema documentário e memória aborda-se a questão do documentário entendido como "lugar de memória" e como mediador de memória. No que se refere à imagem, aponta-se a visão de Sartre (1996) que versa sobre a constituição da imagem e suas especificidades pelo sujeito. Relativamente às falsas memórias, busca-se discorrer sobre a ideia de que compreendem um ato dinâmico pertinente com que é suscitado pelas imagens e de que forma essas situações influenciam no modo das pessoas verem suas próprias experiências e o olhar para o mundo. O filme documentário "Memória Fantasma" (2011), dirigido por Pedro Zimmermann, é objeto de análise, tendo como embasamento o pensamento de teóricos e pesquisadores do campo: Nichols (2005), Tomaim (2009, 2015, 2016), Assmann (2011), Sartre (1996), Aumont (1993), Santos e Stein (2008), Xavier (2014), entre outros. O interesse por este percurso, possibilitado pelas questões que envolvem o cinema documentário, já vem sendo apresentado por Tomaim (2016, p. 99), destacando que "o documentário tem uma vocação para a memória que precisa ser problematizada". Por esse caminho, trazer a questão da memória afetiva para a pesquisa seja no que se refere ao que é suscitado pela imagem ou ao que é assumido pelo documentário, dá abertura para problematização do cinema documentário na atualidade e seus atravessamentos com o campo das artes visuais. Nessa direção, pode-se entender a memória como um lugar onde pode abrigar a história e guardar vestígios que, em algum momento, podem ser acessados/ativados pelas recordações. As imagens, por exemplo, podem funcionar como um despertar para as memórias afetivas. Segundo Santos e Stein (2008), as emoções interferem no funcionamento da memória, especialmente na produção de falsas memórias. As falsas memórias são uma espécie de distorção mnemônica com base na recuperação de eventos que jamais ocorreram. Para elucidar as questões suscitadas pela produção de falsas memórias, segundo os autores, é preciso relacionar as emoções aos falsos reconhecimentos. A proposta de pesquisa pode vir a contribuir com as reflexões referentes ao campo do cinema (de modo geral) e também aos questionamentos sobre a influência das imagens na vida das pessoas. Espera-se aprofundar os estudos no campo do cinema documentário, bem como acerca das implicações da imagem na produção artística na contemporaneidade. Igualmente, almeja-se contribuir com as discussões sobre o cinema documentário e sua inter-relação com as artes visuais, tendo por base a imagem, seja no âmbito do Grupo de Pesquisa Arte e Design, ou em suas manifestações e produções com áreas afins. A pesquisa encontra-se em processo, sendo abordada pelo viés da  produção artística e do estudo teórico-conceitual sobre o tema, envolvendo abordagens transdisciplinares, sobretudo nas áreas das artes visuais, cinema documentário e psicologia.


Palavras-chave


Imagem; Cinema Documentário; Falsa Memória.

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